quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Saema e Educação trazem Ecobus para Araras - Terça-feira, 6 de Outubro de 2009

Saema e Educação trazem Ecobus para Araras
Ônibus Ambiental faz parte das comemorações da Semana da Criança

O Departamento de Meio Ambiente do Saema e a Secretaria de Educação, em parceria com a Associação Barco Escola da Natureza, trazem para Araras o Ecobus - Ônibus Voluntário Ambiental de Americana.

O evento acontece nesta sexta-feira (9), das 9h às 16h, na Praça Barão de Araras, em frente à igreja Matriz. A presença do ônibus faz parte das comemorações da Semana da Criança, como uma oportunidade de se aprender educação ambiental de forma dinâmica e interessante.

O Ecobus estará o dia todo à disposição da comunidade, com um mural informativo, fotos relacionadas às problemáticas ambientais, local e global, além de videoteca e doação de mudas fornecidas pela CPFL.

Ainda dentro do ônibus, haverá a Sala Verde, um projeto do Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Barco Escola, que conta com acervo de livros para pesquisas e consultas, à disposição de todos os visitantes.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Educação visita Projeto Criança Ecológica

Educação visita Projeto Criança Ecológica
Programa tem o objetivo de desenvolver o tema meio ambiente nas escolas municipais de Araras

A secretária de Educação Rosemeire Mudnutti, coordenadores e professores da rede de ensino municipal visitaram na última quarta-feira (30), a Villa Ambiental e o espaço interativo do Projeto Criança Ecológica, no Parque Villa Lobos, em São Paulo.

Essa foi a segunda visita organizada pela Secretaria de Educação e pelo Departamento de Meio Ambiente do Saema, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. A primeira visita aconteceu no dia 23 de setembro, também com o objetivo de conhecer o trabalho lá desenvolvido para a implantação do tema meio ambiente no 4º e 5º ano da rede municipal de ensino.

O próximo passo será o desenvolvimento do projeto em HTPC – horas de trabalho pedagógico – nas unidades escolares, quando os professores e coordenadores serão orientados pela Secretaria de Educação e pelo Departamento de Meio Ambiente do Saema.

Segundo a secretaria de Educação Rose Mudnutti, as visitas têm como proposta informar, sensibilizar e conscientizar os coordenadores e professores, sobre os conceitos básicos da Agenda Ambiental, com vistas ao Projeto Município Verde/Azul, que está sendo implantado em Araras.

O programa tem início em outubro e segue até dezembro de 2010, com atividades multidisciplinares aos alunos, cursos para os professores e visitas em ambientes que estimulam a preservação ecológica.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mudanças aceleradas

Mudanças aceleradas

Relatório do Pnuma indica que impactos das mudanças climáticas estão mais intensos e ocorrendo mais rapidamente do que havia sido estimado pelo IPCC e destaca importância da COP15 (foto: F.D.Bene/Wikipedia)

Especiais

Mudanças aceleradas

29/9/2009

Agência FAPESP – O Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em fevereiro de 2007, chamou a atenção dos meios de comunicação e alertou o público em geral de forma inédita sobre um dos mais preocupantes problemas na atualidade.

Mas, de acordo com uma nova análise, as estimativas do relatório podem ter sido modestas. O motivo é que tanto o ritmo como a escala das mudanças climáticas globais já teriam superado o que havia sido previsto há dois anos.

Os impactos estariam chegando mais rapidamente, segundo diversos indicadores, como a perda de gelo nas montanhas e no Ártico ou a acidificação dos oceanos. A conclusão é do relatório Climate Change Science Compendium 2009, divulgado no dia 24 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Produzido por cientistas de diversos países, o relatório destaca a extrema importância de que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), que será realizada em Copenhague, na Dinamarca, de 7 a 18 de dezembro, chegue a um novo acordo global para o clima para vigorar com o fim do Protocolo de Kyoto, em 2012.

“A COP15 tem importância fundamental para a sobrevivência do planeta, pois só com um esforço coletivo do qual participem todos os países, desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento, será possível estabelecer metas elevadas de redução da emissão de gases de efeito estufa e, efetivamente, atingir essas metas dentro de 20 anos”, disse Carlos Alfredo Joly, professor titular do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas e coordenador do Programa Biota-FAPESP.

O relatório do Pnuma destaca alterações por todo o planeta. Na Europa, além da aceleração do derretimento do gelo nos Alpes e Pirineus, há o aumento da aridez no solo que se espalha do Mediterrâneo para o norte e o deslocamento de espécies vegetais para altitudes mais elevadas.

Água mais ácida que pode corroer uma substância chamada aragonita, fundamental para o crescimento de corais e das conchas de moluscos, chegou à costa da Califórnia, décadas antes do que modelos haviam previsto.

O derretimento de glaciares e mantos de gelo nas regiões polares está mais rápido. No manto da Groenlândia, por exemplo, o derretimento observado recentemente foi 60% superior ao recorde anterior, em 1998.

O relatório destaca que novos estudos apontam que a elevação dos níveis do mar pode ser maior do que se estimava anteriormente. Os aumentos podem chegar a 2 metros até 2100 e de cinco a dezes vezes mais nos séculos seguintes.

Outra preocupação é que alterações drásticas podem ocorrer em algumas décadas, ou antes, em sistemas climáticos importantes, como as monções no Sudeste Asiático, Saara e oeste da África e sistemas que atuam no ecossistema amazônico.

Segundo o relatório, perdas de gelo em montanhas nas regiões tropicais e temperadas afetariam de 20% a 25% da população humana nessas áreas com prejuízos na irrigação e perda de água potável.

Tendências atuais de emissão de dióxido de carbono, de acordo com o documento, poderão levar a uma alteração irreversível nas condições em certas áreas na América do Sul, principalmente no Nordeste do Brasil, incluindo um aumento de 10% na aridez durante a estação mais seca.

O texto destaca ainda que é possível evitar a maior parte dos impactos que serão promovidos pelas mudanças climáticas, mas que isso só ocorrerá durante a existência da civilização atual se houver “ações imediatas, coesivas e decisivas para cortar emissões e auxiliar países mais vulneráveis a se adaptarem”.

Papel do Brasil

“O Climate Change Science Compendium 2009 é um alerta: o tempo de hesitar acabou”, alertou Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “Precisamos que o mundo inteiro realize, de uma vez por todas, que a hora de agir é agora e que devemos trabalhar juntos para enfrentar esse desafio monumental. Esse é o desafio moral de nossa geração”.

O compêndio do Pnuma reúne e revisa dados obtidos por cerca de 400 estudos feitos nos últimos três anos. O objetivo, segundo os responsáveis pelo programa, não é substituir os documentos do IPCC – que prepara o quinto relatório de avaliação –, mas atualizar o mais recente deles.

“O conhecimento científico sobre as mudanças e previsões climáticas tem avançado muito rapidamente desde o relatório do IPCC de 2007”, disse Achim Steiner, subsecretário da ONU e diretor executivo do Pnuma.

Nesse cenário, o coordenador do Biota-FAPESP ressalta a importância fundamental da COP15 e do papel brasileiro na conferência. Segundo Joly, o sucesso do encontro em dezembro passará por uma mudança substancial da postura do Brasil nas negociações, “saindo da defensiva que caracterizou nossa atuação nos últimos dez anos para uma participação propositiva e de liderança”.

“O Brasil é o único país que, em função de sua matriz energética, pode reduzir substancialmente a emissão de gases de efeito estufa sem que isso afete o seu desenvolvimento. Pelo contrário, para o Brasil, reduzir a taxa de emissão de gases de efeito estufa é sinônimo de um novo modelo de desenvolvimento, que tem como um dos sustentáculos uma economia de baixo carbono, baseada nos serviços ambientais da floresta e nos recursos gerados pelo uso sustentável da biodiversidade”, disse Joly à Agência FAPESP.

“Ao pararmos de incinerar nossa rica, e em grande parte ainda desconhecida, biodiversidade, dando uma oportunidade para que as gerações futuras se beneficiem do uso sustentável desse nosso patrimônio natural, estaremos, voluntariamente, atingindo uma meta significativa de redução de emissão de gases de efeito estufa”, afirmou.

O relatório do Pnuma pode ser lido em www.unep.org/compendium2009.

Interação desconhecida

Especiais

Interação desconhecida

Pesquisa investiga como estruturas glandulares de uma planta atuam na interação com insetos e explica para o público em geral a intrincada trama de relações do sistema biológico (Foto: Lucia Paleari)

Interação desconhecida

30/9/2009

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP), em parceria com colegas de outras universidades, têm investigado a espécie Croton glandulosus para tentar compreender as interações entre as plantas e os insetos que são atraídos pelas secreções existentes nas folhas e flores.

Paralelamente ao processo de investigação científica, o projeto – que envolve cientistas da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – também inclui um experimento de divulgação científica, revelando para o público, em especial alunos do ensino médio e professores de ciências e biologia, a intrincada trama de relações entre os seres vivos desse sistema biológico.

A pesquisa, intitulada “Papel das estruturas glandulares de Croton Gladulosus na interação tritrófica: plantas, predadores de sementes pré-dispersão e respectivos parasitóides – uma proposta de estudo interdisciplinar, produção de material didático e divulgação científica”, é apoiada pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

De acordo com a coordenadora do projeto, Silvia Rodrigues Machado, professora adjunta do Instituto de Biociências da Unesp, a Croton glandulosus é uma planta ruderal, ou seja, cresce em terrenos baldios. E não costuma ultrapassar os 80 centímetros de altura.

Segundo ela, as correlações entre as estruturas glandulares, secreções e dinâmica das espécies visitantes – como abelhas, formigas e moscas – foram até o momento, pouco exploradas. E, no caso de Croton galdulosus, nada se conhece a respeito.

“Embora a caracterização morfológica de estruturas secretoras tenha sido realizada para uma grande variedade de plantas, estudos integrados, com enfoque funcional e ecológico com a Croton glandulosus, são escassos, especialmente no que se refere às plantas nativas dos diferentes biomas brasileiros”, disse à Agência FAPESP.

Até agora a pesquisa conseguiu mapear algumas espécies “visitantes” que se alimentam de secreções, seiva e partes vegetativas da planta – folhas, caule e frutos – e pólen, com destaque para pequenas abelhas como a jataí (Tetragonisca angustula), moscas, formigas e outros insetos.

As estruturas secretoras são compostas de células individualizadas ou conjunto de células envolvidas em processo de síntese, compartimentalização e liberação de substâncias específicas, como néctar, sais, proteínas, látex ou óleo.

“A diversidade de estruturas secretoras nessa espécie, de acordo com as análises preliminares, é bem maior do que a citada em literatura para outras plantas desse gênero. Ainda assim, diferentes estruturas foram reunidas em uma classificação que assume a todas elas como sendo nectários”, destacou Silvia.

Segundo ela, devido ao desconhecimento da gênese das modificações sofridas pelas substâncias no corpo da planta, autores adotam critérios distintos para classificar as estruturas secretoras, razão da divergência dos termos utilizados na literatura.

“As estruturas secretoras externas assumem grande importância ecológica uma vez que muitas das substâncias produzidas atuam na atração e manutenção de organismos associados. Isso é o que se observa na Croton glandulosus cujas estruturas secretoras externas, morfologicamente diversificadas e abundantes, são base de sustentação da comunidade de animais visitantes”, disse.

Mas essa espécie apresenta também estruturas secretoras internas, que produzem óleos e látex que constituem uma barreira química e física contra a ação de herbívoros, de fungos e bactérias.

“Estudar as estruturas secretoras é importante porque elas atuam na defesa química das plantas protegendo órgãos e estruturas jovens contra herbívoros e exercem papel relevante em interações biológicas como polinização e dispersão. A diversidade dessas estruturas na Croton glandulosus faz dessa espécie um bom modelo esses estudos”, disse.

Divulgação científica

Lucia Paleari, professora no departamento de Educação do Instituto de Biociências da Unesp e outra autora do estudo, destaca que a vertente da divulgação científica foi incluída no estudo a fim estimular pesquisadores a acompanhar a evolução teórica dos temas.

O grupo que atua na pesquisa vem divulgando os dados de diversas maneiras, cuidando especialmente da linguagem e da forma de apresentação, com uso de imagens. “Desejamos atingir pessoas de diferentes formações e idades, condições econômicas e físicas, leigos e até mesmo aqueles que não gostam de ler”, disse Lucia.

Em 2008, o grupo lançou um evento intitulado “Experimentando ciências: doce sabor da vida”, que integrou alunos de graduação e professores em Botucatu. Os licenciandos em ciências biológicas foram orientados a produzir materiais didáticos, pedagógica e cientificamente adequados, com o auxílio de professores especialistas de diversas disciplinas, para compor instalações interativas.

“Ficou patente, inclusive por meio de depoimentos de visitantes, que o pouco conhecimento sobre espécies de plantas e animais do Brasil se agrava quando tratamos de plantas que povoam terrenos baldios, como a Croton glandulosus. Por outro lado, ouvimos pessoas maravilhadas ao se darem conta das interrelações, a partir de adaptações sofisticadas, riqueza de detalhes comportamentais, estruturais, fisiológicos e bioquímicos da planta e dos insetos a ela associados”, disse a professora.

Recentemente, o grupo lançou um blog na internet com informações básicas sobre o projeto e um vídeo com imagens e texto especialmente preparado para que qualquer pessoa leiga possa conhecer e ter a “dimensão da intrincada trama de relações entre os seres vivos desse sistema biológico, bem como de entender, ainda que não pormenorizadamente, o que motiva e orienta uma pesquisa científica”, segundo Lucia.

Os resultados obtidos até o momento, de acordo com a pesquisadora, são reveladores de um sistema altamente complexo envolvendo interações multitróficas entre aCroton glandulosus e insetos associados. A classificação das diferentes estruturas glandulares depende de estudos histoquímicos e ultra-estruturais detalhados que estão em andamento.

“A complexidade do sistema é um fenômeno surpreendente, que está relacionado diretamente às estruturas secretoras. Até mesmo os predadores de sementes partilham o recurso manifestando hábitos alimentares particulares, que devem implicar em variações, até mesmo na proporção de gênero, maneira de esquivar-se ou de incorporar compostos secundários presentes no tegumento da semente, endosperma e embrião”, disse.

Lucia destaca a dificuldade de identificar espécies de animais, devido à falta de especialistas. No caso dos insetos a situação se agrava por se trata de uma classe numerosa e com grande quantidade ainda não descrita.

“Por essa razão e também porque temos uma quantidade bastante grande de insetos associados à Croton glandulosus, até o momento não foi possível obter a identificação específica da maioria dos exemplares coletados”, disse.

Mais informações: http://projetocroton.blogspot.com/

Funcionários da Educação visitam o Parque Villa Lobos

Funcionários da Educação visitam o Parque Villa Lobos
Visita é o primeiro passo para implantar o tema Meio Ambiente nas escolas municipais de Araras

Na última quarta-feira (23), funcionários da rede municipal de educação estiveram conhecendo a Villa Ambiental e o espaço interativo do Programa Criança Ecológica, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Nesta quarta-feira (30), mais 30 funcionários, entre professores e coordenadores estarão visitando as instalações do local.

Essas visitas estão sendo organizadas pelo Departamento de Meio Ambiente do Saema e a Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. “Elas tem como proposta informar, sensibilizar e conscientizar os coordenadores e professores, sobre os conceitos básicos da Agenda Ambiental, com vistas ao Projeto Município Verde/Azul, que está sendo implantado em Araras”, comentou a diretora do Serviço de Educação Ecológico, Marilza Luiza dos Santos Franco.


A secretaria Municipal de Educação, Rose Mudnutti, disse também que as visitas são o primeiro passo para implantar o tema Meio Ambiente nas escolas da rede municipal de Araras. “A princípio, vamos trabalhar com alunos de 5º ano (antiga 4ª série), mas futuramente também pretendemos expandir para toda a rede”, enfatizou.

O Villa Ambiental no Parque Villa-Lobos foi o primeiro espaço interativo do Programa Criança Ecológica. Abordando o tema "Aquecimento global e educação para a vida: um alerta para o futuro", o espaço dividido em pavilhões expositivos, interativo e oferece ferramentas pedagógicas e cenografia capazes de receber excursões de alunos, fornecendo um aprendizado em diversas atividades, incluindo atividades externas pelo parque.

“A visita foi muito importante para colhermos subsídios e idéias, que podem ser implantada em Araras”, finalizou a diretora Marilza Franco.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Peso da poluição

Especiais

Peso da poluição

28/9/2009

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Uma nova pesquisa reforça trabalhos anteriores ao apontar a poluição ambiental como uma das causas do baixo peso em crianças recém-nascidas. O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Taubaté (Unitau), em São Paulo, destacou o papel de poluentes – entre os quais ozônio e dióxido de enxofre – como fatores de risco para o baixo peso de bebês.

Os resultados foram descritos em artigo na revista Cadernos de Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz.

Os autores do artigo são Luiz Fernando Nascimento, professor do Departamento de Medicina da Unitau, e o aluno de graduação Douglas Amaral Moreira. A pesquisa foi feita no âmbito do projeto “Análise espacial de agravos à saúde no vale do Paraíba”, que tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular.

Diferentemente de estudos anteriores, que foram feitos em metrópoles como São Paulo, desta vez o foco foi uma cidade de médio porte, no caso São José dos Campos (SP), que tem cerca de 615 mil habitantes.

A pesquisa apontou que 3,95% dos recém-nascidos apresentaram redução no peso devido aos poluentes, principalmente ao ozônio. Segundo Nascimento, o recorte do estudo considerou apenas mães classificadas como saudáveis dentro dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Foram usados dados de 2.529 mulheres relativos a 2001.

“O estudo recortou perfis de mulheres entre 20 e 34 anos, que tinham concluído o ensino médio, realizado no mínimo sete exames pré-natal e tiveram gestação entre 37 e 41 semanas, gravidez única e parto normal. Com isso, pudemos saber que o baixo peso não se devia a outras causas”, afirmou.

O estudo usou dados ambientais da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Foram montados bases da dados com informações acumuladas sobre a exposição trimestral aos poluentes, de modo a permitir um efeito cumulativo e estimar a resposta a cada susbstância.

Para cada dia analisado de ocorrência de nascimentos de bebês com baixo peso, os pesquisadores consideraram os valores totais para os 90 dias anteriores para cada poluente.

De acordo com Nascimento, como o estudo trabalha com população (recorte ecológico) e não com o indivíduo, não há identificação da mãe nem do bebê com baixo peso. “Trabalhamos com dados secundários do Sistema de Informação dos Nascidos Vivos (Sinasc), que apresenta muitas variáveis do registro dos nascidos vivos. Esse registro, no entanto, não traz alguns dados importantes como se a mãe fuma ou não, por exemplo, uma vez que o fumo é um agente importante na gênese do baixo peso”, ressaltou.

Nascimento indica que existe um volume considerável de trabalhos que relacionam a poluição a problemas respiratórios e doenças cardiovasculares, mas que ainda há muito poucos que analisam as possíveis relações com o baixo peso em recém-nascidos.

Um dos trabalhos destacados pelo pesquisador foi coordenado por Nelson da Cruz Gouveia, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP), que indicou que a poluição do ar aumenta em 50% o risco de morte de recém-nascidos na cidade de São Paulo.

O estudo de Gouveia e Andréa Peneluppi de Medeiros, atualmente professora da Universidade de Taubaté, verificou que de uma amostra de 311.735 nascimentos, 4,6% dos recém-nascidos apresentaram menos de 2,5 quilos ao nascer.

Pesquisas importantes e pioneiras na área tem sido conduzidas há duas décadas por Paulo Hilário Saldiva, professor do Departamento de Patologia da FMUSP, que demonstraram, entre outras conclusões, que nos dias mais poluídos morrem mais bebês em gestação na capital paulista.

Saldiva coordenou o Projeto Temático “O impacto das exposições intrauterina e nas fases iniciais do desenvolvimento pós-natal aos poluentes atmosféricos no desenvolvimento de alterações adversas na vida adulta”, apoiado pela FAPESP e concluído em 2008, e atualmente é coordenador do Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que no Estado de São Paulo são apoiados pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa - Projeto Temático.

“Estudar o baixo peso nos recém-nascidos é importante porque se trata de um dos principais fatores de risco. Ainda é bastante alta a prevalência dos risco de óbitos no primeiro ano de vida da criança”, disse Nascimento.

Mecanismo obscuro

Nascimento aponta que o mecanismo de atuação da poluição no baixo peso dos recém-nascidos ainda é obscuro. “Temos modelos de análise mostrando como o ozônio atua no trato respiratório, mas muito poucos em relação ao crescimento”, disse.

Mas o estudo lança algumas hipóteses. A poluição por ozônio poderia provocar um aumento na viscosidade do sangue, comprometendo o fluxo sanguíneo na placenta que leva nutrientes para o feto. Ou seja, o efeito do ozônio, que é um oxidante poderoso, pode envolver mecanismos inflamatórios.

“A gravidez é acompanhada por um aumento da ventilação alveolar. E a hiperventilação resulta no aumento da absorção do ozônio, com uma resposta inflamatória e a liberação de produtos de peroxidação lipídica e citocinas. Esses agentes podem afetar a circulação na placenta e colocar em risco o crescimento fetal”, indicou.

O ozônio é um poderoso oxidante que participa nas reações extra e intracelulares, com o envolvimento de importantes enzimas metabólicas. Ele contribui para o agravamento de doenças respiratórias preexistentes e para o aumento de hospitalizações e visitas a emergências durante as crises respiratórias.

“O ozônio é um poluente secundário. Ele é originado da ação da radiação ultravioleta nos poluentes da combustão dos motores de álcool, gasolina e diesel, por exemplo. E a alta concentração é registrada em picos durante o dia, entre 10 da manhã e 4 da tarde. Daí a total contra-indicação de atividade física nesses horários, mesmo em lugares arborizados como parques”, disse Nascimento.

O professor da Unitau conta que a pesquisa prosseguirá de forma ampliada. “Esse estudo foi realizado em um período de um ano. Agora vamos continuá-lo, estendendo o tempo para dois anos”, disse.

Para ler o artigo Os poluentes ambientais são fatores de risco para o baixo peso ao nascer?, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), de Luiz Fernando Nascimento e Douglas Moreira clique aqui.

domingo, 27 de setembro de 2009

EMEF Thereza Colette Ometto realiza caminhada ecológica

EMEF Thereza Colette Ometto realiza caminhada ecológica
Evento faz parte do Plano de Ação voltado a Educação Ambiental

A EMEF Thereza Colette Ometto realiza nesta sexta-feira (25), às 9h, uma caminhada ecológica com participação da fanfarra da escola e de cerca de 300 alunos do período da manhã.

O evento faz parte do Plano de Ação para reorganização da transversalidade da Educação Ambiental em seu currículo vigente, atendendo a agenda da Diretiva de Educação Ambiental e buscando estar em sintonia com a I Conferência Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Também nesta sexta, os alunos do 2º Ano a 4ª Série, realizarão o Teatro da Primavera, com boas vindas a nova estação. Além da caminhada e do teatro, a escola está promovendo, segundo orientação da Secretaria de Educação, outras ações de caráter ambiental, como a proposta de transversalidade/ação no conteúdo que está sendo desenvolvido em sala de aula, inserção no Projeto Município Verde Azul – conscientização da Agenda Ambiental, participação no plantio de árvores na Represa Água Boa e na própria escola, Projeto Primavera da Secretaria de Educação, Torneio de Futebol “Jogando Limpo”, Concurso de Frases, Campanha Lixo Mínimo, reaproveitamento de materiais pa ra decoração da escola, Saudação à Primavera – apresentação de poesia e performance da 8ª série da EJA, e a Oficina de Natal com material reciclado.

Ainda faz parte da programação ambiental da escola o Sarau do Meio Ambiente, que está agendado para o dia 26 de novembro, no Centro Cultural. Segundo a diretora da EMEF Thereza Colette Ometto, Eliana Prado, “a escola está consciente de sua função social, procurando despertar por atos educativos, ações pessoais e coletivas, um novo olhar e novas atitudes que reduzam a agressão humana ao meio natural. Portanto, os ensinamentos e as demonstrações realizadas neste projeto precisam ser contínuas e, na medida do possível, aperfeiçoadas a cada ano letivo, pois a responsabilidade pelo meio ambiente cabe a todos os seres humanos”.